quinta-feira, 10 de março de 2016

Luta de classes e forma-valor


Sobre luta de classes (isto é, o antagonismo cotidiano internacionalista, não confundir com instituições "mediadoras", como sindicatos e partidos), não se trata de positivisticamente apoiar um "dado", um "fato", mas de afirmar a única posição honesta e necessária diante da situação com que nos deparamos, essa situação é: 


A) massacre mútuo dos proletários, que, esmagados como classe, se unem a suas classes dominantes étnicas, empresariais ou nacionais em nome de combater bodes expiatórios ("estrangeiros", "vagabundos", "favelados", "concorrentes", "imperialistas", "financistas judeo-comunistas que querem dominar o mundo"....), esmagando a si mesmos; (um anticapitalismo sem luta de classe desemboca necessariamente em algum anti-capitalismo identitário, etno-socialismo, nacional-socialismo, ou seja, fascismo - inclusive estalinista); (Isso é melhor explicado aqui)

B) a interdependência mundial decorrente do mercado mundial, fazendo a superação (contra retrocesso reacionário) deste ser possível apenas por uma ação mundial que liberta os fluxos produtivos da propriedade privada. Só isso permitiria à população mundial superar a mercadoria, a forma valor, e formar um novo modo de produção libertário. (Isso é melhor explicado aqui)

C) Mas a tese principal é que a única força que sustenta a forma-valor é a proletarização: a propriedade privada (isto é, o Estado e seu subterrâneo inseparável, o crime) coage a população a ter que vender algo para sobreviver, mas sem ter nenhuma mercadoria a oferecer, só lhe resta vender a si mesma, oferecendo suas capacidades como objeto de consumo para os capitalistas em troca do salário. Ou seja, oferecem uma mercadoria (força de trabalho) cujo valor de uso é obedecer aos ditames do capital para gerar valor. A coação à vender as capacidades humanas é o único fundamento da valorização incessante do valor. Consequentemente, a luta pela superação do valor é necessariamente a luta do proletariado (daqueles que são privados das condições de vida e produção), enquanto que a classe dominante luta necessariamente pela preservação do valor. Em suma: é impossível a superação da mercadoria sem a luta de classes.

humanaesfera

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